Trabalhos de colegas que podem servir como modelo e ajuda para que você elabore suas próprias aulas e avaliações.
O ovo de galinha
(João Cabral de Melo Neto)
O ovo revela o acabamento
a toda mão que o acaricia,
daquelas coisas torneadas
num trabalho de toda a vida.
E que se encontra também noutras
que entretanto mão não fabrica:
nos corais, nos seixos rolados
e em tantas coisas esculpidas
cujas formas simples são obra
de mil inacabáveis lixas
usadas por mãos escultoras
escondidas na água, na brisa.
No entretanto, o ovo, e apesar
de pura forma concluída,
não se situa no final:
está no ponto de partida.
Vocabulário:
Torneadas: redondas
Noutras: em outras
Seixos: fragmento de rocha dura, pedra solta;
‘seixos rolados’: seixo sem arestas, porque arredondado pelo desgaste, e que se encontra à beira mar e em margens de leitos de rios.
1. Reescreva a primeira estrofe colocando-a em ordem direta. (0,75)
.......................................................................................................................................................
2. Em apenas uma estrofe o poeta faz referência ao trabalho humano. Reescreva esta estrofe. (0,75)
.........................................................................................................................................................
3. Considere os conceitos: (1,0)
Sujeito: para filosofia, o ser individual, real, capaz de praticar uma ação.
Objeto: tudo o que está fora do sujeito e que pode receber ação daquele.
Agora, identifique o sujeito (S) e objeto (O) para cada fragmento, considerando o poema lido:
( ) ovo (primeira estrofe) ( )mão (primeira estrofe)
( ) corais, seixo rolados ( )coisas esculpidas
( ) mãos escultoras ( ) água e brisa
Leia o soneto a seguir:
Rio Abaixo
Treme o rio, a rolar, de vaga em vaga...
Quase noite. Ao sabor do curso lento
Da água, que as margens em redor alaga,
Seguimos. Curva os bambuais o vento.
Vivo, há pouco, de púrpura, sangrento,
Desmaia agora o Ocaso. A noite apaga
A derradeira luz do firmamento...
Rola o rio, a tremer, de vaga em vaga.
Um silêncio tristíssimo por tudo
Se espalha. Mas a lua lentamente
Surge na fímbria do horizonte mudo:
E o seu reflexo pálido, embebido
Como um gládio de prata na corrente,
Rasga o seio do rio adormecido.
(Olavo Bilac)
Vocabulário:
Púrpura: cor vermelha
fímbria: franja, orla, beirada.
Ocaso: pôrdo sol, desaparecimento do sol ao entardecer.
gládio: espada de dois gumes, com corte dos dois lados.
4. Como se classifica essa forma fixa de poema constituída de dois quartetos e dois tercetos? (0,5)
..........................................................................................
5. No texto predomina a descrição. Responda: (1,0)
a. O que o eu-lírico descreve?
...................................................................................................................
b. Nessa descrição, o eu-lírico assume o ponto de vista de quem está num barco, no rio. Que verbo da primeira estrofe comprova essa afirmativa?
........................................................................................................................
6. Copie do texto as expressões correspondentes a: (0,75
a. Entardece: ....................................................................................................
b. escurece: ......................................................................................................
7. Podemos classificar as rimas de um poema em três tipos: (1,25)
- rima pobre: ocorre quando rimam palavras da mesma classe gramatical. (Ex.substantivo com substantivo)
- rima rica: ocorre quando rimam palavras de classe gramatical diferente. (Ex.substantivo com adjetivo)
- rima rara ou preciosa: ocorre quando rimam uma palavra e uma combinação de palavra, como estrela e vê-la .
Copie do texto “Rio Abaixo” um exemplo de:
a.Rima rica: .............................................................................................................................................................
b. Rima pobre: ....................................................................................................................................
8. No texto ocorrem algumas das principais características do estilo parnasiano. Assina abaixo com um X as alternativas que contenham essas características: (1,0)
( ) descrição detalhada de objetos ou cenas.
( ) preferência pelas frases na ordem direta.
( ) preferência pelas frases na ordem indireta.
( ) emprego de palavras raras, que não são utilizadas no vocabulário cotidiano.
( ) preferência pelo soneto.
( ) sentimentalismo exagerado ao declarar seu amor a mulher amada.
( ) perfeição das formas.
Leia o soneto abaixo e responda as questões propostas:
Remorso
(Olavo Bilac)
Às vezes, uma dor me desespera...
Nestas ânsias e dúvidas em que ando.
Cismo e padeço, neste outono, quando
Calculo o que perdi na primavera.
Versos e amores sufoquei calando,
Sem os gozar numa explosão sincera...
Ah! Mais cem vidas! com que ardor quisera
Mais viver, mais penar e amar cantando!
Sinto o que desperdicei na juventude;
Choro, neste começo de velhice,
Mártir da hipocrisia ou da virtude,
Os beijos que não tive por tolice,
Por timidez o que sofrer não pude,
E por pudor os versos que não disse!
Vocabulário:
Ânsias: desejos
Cismo: teimo
Padeço: fico doente
Gozar: aproveitar
Quisera: desejara
Mártir: aquele que sofreu tormentos ou a morte.
Pudor: vergonha
9. Na primeira estrofe, ao falar de outono e primavera, a que fases de sua vida se refere o eu-lírico? (0,5)
...............................................................................................................................................................
10. “...quando/ Calculo o que perdi na primavera” . O que perdeu o eu-lírico nessa fase? (0,75)
...............................................................................................................................................................
11. Qual foi a causa dessa perda do eu-lírico? (1,0)
..............................................................................................................................................................
12. Pode-se dizer que esse soneto ilustra bem o exagero formal do Parnasianismo, com sua linguagem rebuscada e o gosto por palavras raras? Justifique. (0,75)
..............................................................................................................................................................
O ovo de galinha
(João Cabral de Melo Neto)
O ovo revela o acabamento
a toda mão que o acaricia,
daquelas coisas torneadas
num trabalho de toda a vida.
E que se encontra também noutras
que entretanto mão não fabrica:
nos corais, nos seixos rolados
e em tantas coisas esculpidas
cujas formas simples são obra
de mil inacabáveis lixas
usadas por mãos escultoras
escondidas na água, na brisa.
No entretanto, o ovo, e apesar
de pura forma concluída,
não se situa no final:
está no ponto de partida.
Vocabulário:
Torneadas: redondas
Noutras: em outras
Seixos: fragmento de rocha dura, pedra solta;
‘seixos rolados’: seixo sem arestas, porque arredondado pelo desgaste, e que se encontra à beira mar e em margens de leitos de rios.
1. Reescreva a primeira estrofe colocando-a em ordem direta. (0,75)
.......................................................................................................................................................
2. Em apenas uma estrofe o poeta faz referência ao trabalho humano. Reescreva esta estrofe. (0,75)
.........................................................................................................................................................
3. Considere os conceitos: (1,0)
Sujeito: para filosofia, o ser individual, real, capaz de praticar uma ação.
Objeto: tudo o que está fora do sujeito e que pode receber ação daquele.
Agora, identifique o sujeito (S) e objeto (O) para cada fragmento, considerando o poema lido:
( ) ovo (primeira estrofe) ( )mão (primeira estrofe)
( ) corais, seixo rolados ( )coisas esculpidas
( ) mãos escultoras ( ) água e brisa
Leia o soneto a seguir:
Rio Abaixo
Treme o rio, a rolar, de vaga em vaga...
Quase noite. Ao sabor do curso lento
Da água, que as margens em redor alaga,
Seguimos. Curva os bambuais o vento.
Vivo, há pouco, de púrpura, sangrento,
Desmaia agora o Ocaso. A noite apaga
A derradeira luz do firmamento...
Rola o rio, a tremer, de vaga em vaga.
Um silêncio tristíssimo por tudo
Se espalha. Mas a lua lentamente
Surge na fímbria do horizonte mudo:
E o seu reflexo pálido, embebido
Como um gládio de prata na corrente,
Rasga o seio do rio adormecido.
(Olavo Bilac)
Vocabulário:
Púrpura: cor vermelha
fímbria: franja, orla, beirada.
Ocaso: pôrdo sol, desaparecimento do sol ao entardecer.
gládio: espada de dois gumes, com corte dos dois lados.
4. Como se classifica essa forma fixa de poema constituída de dois quartetos e dois tercetos? (0,5)
..........................................................................................
5. No texto predomina a descrição. Responda: (1,0)
a. O que o eu-lírico descreve?
...................................................................................................................
b. Nessa descrição, o eu-lírico assume o ponto de vista de quem está num barco, no rio. Que verbo da primeira estrofe comprova essa afirmativa?
........................................................................................................................
6. Copie do texto as expressões correspondentes a: (0,75
a. Entardece: ....................................................................................................
b. escurece: ......................................................................................................
7. Podemos classificar as rimas de um poema em três tipos: (1,25)
- rima pobre: ocorre quando rimam palavras da mesma classe gramatical. (Ex.substantivo com substantivo)
- rima rica: ocorre quando rimam palavras de classe gramatical diferente. (Ex.substantivo com adjetivo)
- rima rara ou preciosa: ocorre quando rimam uma palavra e uma combinação de palavra, como estrela e vê-la .
Copie do texto “Rio Abaixo” um exemplo de:
a.Rima rica: .............................................................................................................................................................
b. Rima pobre: ....................................................................................................................................
8. No texto ocorrem algumas das principais características do estilo parnasiano. Assina abaixo com um X as alternativas que contenham essas características: (1,0)
( ) descrição detalhada de objetos ou cenas.
( ) preferência pelas frases na ordem direta.
( ) preferência pelas frases na ordem indireta.
( ) emprego de palavras raras, que não são utilizadas no vocabulário cotidiano.
( ) preferência pelo soneto.
( ) sentimentalismo exagerado ao declarar seu amor a mulher amada.
( ) perfeição das formas.
Leia o soneto abaixo e responda as questões propostas:
Remorso
(Olavo Bilac)
Às vezes, uma dor me desespera...
Nestas ânsias e dúvidas em que ando.
Cismo e padeço, neste outono, quando
Calculo o que perdi na primavera.
Versos e amores sufoquei calando,
Sem os gozar numa explosão sincera...
Ah! Mais cem vidas! com que ardor quisera
Mais viver, mais penar e amar cantando!
Sinto o que desperdicei na juventude;
Choro, neste começo de velhice,
Mártir da hipocrisia ou da virtude,
Os beijos que não tive por tolice,
Por timidez o que sofrer não pude,
E por pudor os versos que não disse!
Vocabulário:
Ânsias: desejos
Cismo: teimo
Padeço: fico doente
Gozar: aproveitar
Quisera: desejara
Mártir: aquele que sofreu tormentos ou a morte.
Pudor: vergonha
9. Na primeira estrofe, ao falar de outono e primavera, a que fases de sua vida se refere o eu-lírico? (0,5)
...............................................................................................................................................................
10. “...quando/ Calculo o que perdi na primavera” . O que perdeu o eu-lírico nessa fase? (0,75)
...............................................................................................................................................................
11. Qual foi a causa dessa perda do eu-lírico? (1,0)
..............................................................................................................................................................
12. Pode-se dizer que esse soneto ilustra bem o exagero formal do Parnasianismo, com sua linguagem rebuscada e o gosto por palavras raras? Justifique. (0,75)
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